Por meio de experiências interativas, criativas e sustentáveis, buscamos promover o conhecimento sobre as ameaças que nossos oceanos enfrentam e incentivar ações individuais e coletivas para a conservação das nossas riquezas naturais. Queremos gerar uma ONDA de conhecimento sobre ameaças e soluções para problemas como o plástico nos oceanos, pesca fantasma, branqueamento dos corais, mudanças climáticas, entre outros.
O Maré de Mudanças também tem como objetivo promover a educação ambiental, conscientizar e conectar a sociedade civil com a pauta oceânica, gerar troca de conhecimentos por meio da arte-educação, valorizar e reconhecer a economia do mar, estimular oportunidades e fomentar iniciativas de preservação aos mares e oceanos.
Os recifes de coral quando saudáveis fornecem muitos benefícios, bens e serviços para o ser humano como a proteção costeira, o bem-estar associado ao lazer e práticas esportivas, serviços como o turismo e a pesca, compostos medicinais e segurança alimentar e económica. Esses benefícios atingem centenas de milhões de pessoas especialmente em países sub desenvolvidos, com economias em transição com população de pessoas em condições mais vulneráveis.*
Serviços ecossistêmicos são benefícios que os seres humanos obtêm da natureza, e incluem, por exemplo, a provisão de alimentos, a manutenção do clima e a ciclagem de nutrientes. Estima-se que a cada ano os recifes de corais forneçam U$ 30 bilhões de dólares em serviços ecossistêmicos às economias mundiais, entre os quais U$ 5.7 bilhões correspondem a recursos pesqueiros, e U$ 9.6 bilhões são obtidos em rendimentos de serviços como mergulho e turismo.
Os oceanos, que abrigam aproximadamente 200 mil espécies identificadas (embora o número real possa chegar a milhões), desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio do nosso planeta, sendo essenciais para a saúde dos ecossistemas, regulação do clima e sustentação da vida humana.
A biodiversidade marinha é uma parte fundamental das cadeias alimentares, pois predadores, herbívoros e decompositores marinhos dependem uns dos outros para a sobrevivência e equilíbrio ecológico. Além disso, fitoplânctons, pequenas plantas marinhas, produzem cerca de 50% do oxigênio que respiramos e absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para a regulação do clima global.
Os oceanos também são um vasto laboratório natural que facilita a pesquisa científica e educação em diversas disciplinas, desde biologia e química a geologia e climatologia e, oferecem infinitas oportunidades para turismo, recreação e inspiração cultural, representando uma fonte de beleza e fascínio incomparáveis. Muitas culturas têm uma conexão profunda e histórica com o mar, que é parte integral de suas identidades e tradições.
A poluição plástica nos oceanos é uma crise global e local que tem um impacto direto nas mudanças climáticas. De acordo com o projeto Blue Keepers da ONU, o Brasil despeja uma quantidade alarmante de 3,44 milhões de toneladas de plástico nos oceanos todos os anos. A nível global, a acumulação atinge entre 86 a 150 milhões de toneladas.
Cerca de 70% do lixo encontrado nas praias brasileiras é plástico descartável. A cada minuto, dois caminhões de lixo plástico são despejados nos oceanos ao redor do mundo. Essa poluição em massa não apenas prejudica a beleza natural dos nossos oceanos, mas também ameaça a vida marinha. Estima-se que 1 em cada 10 animais marinhos no Brasil morre devido à ingestão de plásticos.
Além disso, os plásticos, que são derivados do petróleo, emitem gases de efeito estufa, contribuindo para a crise climática. De acordo com a ONU, a poluição por plásticos é a segunda maior ameaça ambiental ao planeta.
Bom, mesmo que não esteja, ele já está em volta e dentro de você! A obra ‘O Tsunami de Plástico’ do artivista Mundano é uma provocação artística à crise dos resíduos plásticos. Este inflável, inspirado na ‘A Grande Onda de Kanagawa’ de Hokusai, foi construído inteiramente de plásticos descartados, coletados e modelados com a participação dos catadores, verdadeiros protagonistas de um futuro com Cidades Lixo Zero.
Esta obra retrata a degradação ambiental nos oceanos, mas é um lembrete de que o plástico já invadiu nossas vidas, roupas, alimentos, até nossos corpos, através de microplásticos.